Nesta semana que passou, pouco vos tenho a contar, além de me ter de levantar às 7h da manhã (6h Portuguesas), tomar banho, tomar o pequeno almoço, pegar na mochila e ir para a conferência GAMM 2006. Mas claro … alguma coisa há para contar.
Vamos começar pelo inicio
“Eingang”(Entrada): Esta foi a primeira palavra em Alemão que tive de assimilar para entrar no anfiteatro para se dar inicio à conferência, isto numa 2ª à 13h (12h de Portugal). Esta palavra para mim significou também entrar numa comunidade matemática diferente: A comunidade GAMM
Eis que se deu o início do congresso. Ao entrar neste anfiteatro senti logo um arrepio pelo seu aspecto gigantesco e pelo nº de pessoas que estava lá! Nunca vi tantos matemáticos e engenheiros juntos num só meeting. É de louvar …
Deu-se então início à conferência que decorreu pela tarde fora.
A meio da tarde deu-se aquilo que se chama no espírito das conferências, um coffee break que decorreu nesta sala que eu fotografei à esquerda. Digamos que a organização local da TU Berlin nos presenteou com uma sala fantástica para fazer uma pausa na matemática e despertar-nos para a arte
Alguém conhece esta estátua de algum lado? Eu também não vos digo. Se quiserem mesmo saber, melhor é enviarem-me um mail para eu vos dizer.
Mas uma coisa vos digo … esta sala não se resumia só a uma estátua …
Nesta mesma sala, em paralelo com a conferência GAMM, decorreu uma mostra de livros de editoras desde Springer, Birkauser, SIAM, …, as editoras de livros científicos mais importantes que se conhece internacionalmente. Aqui estava uma coisa fascinante. Numa só sala, fez-se aquilo a que se chama uma verdadeira feira do livro em que as pessoas podiam apreciar arte, beber uma bebida, comer uns bolinhos e estar rodeado de bons livros de matemática. O ambiente perfeito para pessoas como eu.
Aqui as pessoas também trocavam impressões matemáticas mas para desagrado meu, a maioria destas falava em Alemão, o que para mim é um idioma ainda inantigível. Axo que tenho de um dia destes pensar em aprender …
Chegou terça-feira, para mim o dia mais longo. Além de ter assistido às palestras tive de dar a minha palestra, sair da conferência, ir visitar o Reichstag (Parlamento Alemão), ter a recepção com o Mayor de Berlim, jantar em 10 minutos e ir a correr ver a filarmónica de Berlim … Só vos digo que quando cheguei ao hotel aterrei …
O que vos posso dizer quanto à minha palestra é que tava nervosíssimo pois tinha de explicar um esquema numérico, além de apresentar teoremas e exemplos numéricos em 15 minutos. No entanto, pode-se dizer que correu bem … Pelo menos ouve lá um professor de Chemnitz, Alemanha (Saxónia) interessado no que estava a fazer. Para um principiante como eu, nada mau !
Quanto à Filarmónica foi qualquer coisa do outro mundo. Muito à frente … Fizeram duas partes … uma menos harmónica e mais de improviso, onde misturaram o som das cordas com partes electrónicas (I love it !) e uma segunda parte mais clássica onde usaram sons mais harmónicos.
A conferência desenrolou-se até 6ª feira. Pude assistir a palestras principais e palestras de 15 minutos bastante interessantes. Aqui pude realmente ver o que é o mainstream.
A parte mais interessante é que descobri que o modelo matemático que eu uso para as minhas queridas Navier-Stokes equations também pode ser aplicada em ondas acústicas, problemas de fluxo sanguíneo nas nossas artérias, processamento de imagem (quem diria!). Em suma, alarguei a minha visão matemática das coisas… Adorei … Fartei-me de tirar notas e de discutir nos intervalos do coffee break com o meu orientador. Aqui, ele não teve grandes hipóteses de se escapar às minhas perguntas!
O fim do congresso chegou sexta feira às 13h (12 h Portuguesas) . Chegou também ao fim esta minha primeira semana de aventura em Berlim.
No entanto hoje foi também um dia especial pois o meu orientador fez 35 anos (Tá a ficar velho …)
Para terminar este post, deixo-vos aqui uma foto dos irmãos Kaehler
Da esquerda para a direita : Uwe Kaehler e Ulf Kaehler