Espanha
Maio 2005
Junho 2005
Helsinquia, centro cidade
Berlim
Março-Abril 2006
Berlim,
Março-Abril 2006
Berlim,
Março-Abril 2006
próxima biblioteca Universidade Bauhaus-Weimar,
Julho 2006
Julho 2006
Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.
Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
E se desejo às vezes
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas idéias,
Ou olhando para as minhas idéias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.
Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me vêem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé duma janela aberta
Uma cadeira predileta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural —
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.
PS: Fotos tiradas quando andava “perdido” pelo parque municipal de Weimar (Julho 2006) .
Provavelmente devem achar estranho eu não ter postado nada desde há algum tempo, como tinha prometido. Aos que visitam regularmente o meu blog, as minhas sinceras desculpas!
O que vos posso entender é que desde a última postagem, eu submeti-me a um período de catarse, quase completa, daí ter preferido o silêncio como a forma de comunicação mais eficiente para convosco.
Para quem não sabe, as minhas últimas experiências em congressos internacionais foi bastante marcante! Aprendi bastante, especialmente no que toca à exposição do meu trabalho. Também aprendi que na Matemática, o segredo é a alma do negócio e que no que consta à descoberta de novos resultados, devemos ser pacientes e consequentes.
Este é o exemplo de Grisha Perelmann que teve paciência para provar uma conjectura com mais de 100 anos (Conjectura de Poincaré!). Mas o grande exemplo que este senhor me deu (e talvez tivesse dado a todos os Matemáticos que estiveram presentes no ICM2006) foi a sua atitude altruísta em recusar o prémio. Para quem não sabe, a medalha fields é o expoente máximo da carreira de um matemático e significa notoriedade. É mais que óbvio que a maioria dos mortais não iria recusar tal louvada distinção.
Durante vários dias questionei-me qual o meu objectivo na matemática!
“Será que ando aqui para ganhar dinheiro? Será que quero ser famoso? “
Embora não se acreditem, o melhor prémio que me podem dar é o reconhecimento da seriedade do meu trabalho.
Uma pequena prova já foi dada quando tive em Weimar em Julho a quando da apresentação da minha palestra no congresso IKM2006 e quando dei na semana seguinte um seminário na universidade de Bauhaus, Weimar.
Se até aqui, a pessoa com que actualmente trabalho não me levava a sério, depois disso eu fui tomado em conta quanto à seriedade do meu trabalho.
Um dos meus males é que tenho alguns pequenos “defeitos”:
1) Sou ambicioso
[Para Português, é um grande defeito pois todos as pessoas em meu redor gostam de fazer papel de coitadinhas. A minha ambição é confundida com vaidade (i.e. “seu convencido!”)]
2) Sou empreendedor
[Este meu “defeito” faz com que eu tenha sempre a minha secretária cheia de trabalhos. Muitos coitadinhos pensam que podem fazer de mim o seu “escravo” pessoal. Que eu sou “escravo” de alguém, é mais que claro pois há sempre uma hierarquia. O que muitos se esquecem é que “escravos” de luxo têm um preço. E esse preço é elevado! ]
3) Sou directo
[A maior parte confunde ser directo em ser arrogante! Mas todos os coitadinhos não sabem distinguir o ser directo de ser arrogante!]
4) Sou (e serei sempre) um outsider
[Muitas das pessoas tentam ignorar que eu existo e que eu nunca conseguirei singrar de modo honesto na vida. Pensam que sou apenas mais um. É bom que aprendamos a ver o mundo que nos rodeia e que saibamos respeitar os nossos adversários se queremos que eles nos respeitem a nós! Por isso respeitem se querem ser respeitados e oiçam se querem ser ouvidos.
Aprendam a competir com fair play e nunca tornem essa competição numa doença. Acabarão por morrer!]
Acima de tudo, respeitem as ideias dos outros e deixem ser felizes os que buscam a felicidade.
Olá a todos !
Parece que durante as semanas em que estive perdido algures por aí, nem tive tempo para desejar a alguns de vocês as minhas aventuras e desventuras que aconteceram nestas 3 semanas!
Fica a promessa de na próxima semana, quando eu já estiver de volta a casa irei publicar aqui um poster! Me aguardem…
PS: Boas férias para todos vós!